Quase no fim dos meus 13 anos comecei a trabalhar em um escritório de advocacia, meu primeiro emprego. Eu era o faz tudo de todo mundo, na hierarquia eu ocupava a última posição, mas era praticamente a mesma coisa todos os dias, pegar processos, devolver processos, levar cartas no correio, pagar as contas do escritório e dos chefes, e mais algumas coisas. Quase quatro anos depois de entrar, pedi a conta. Isso foi a dois meses atrás, com o objetivo de estudar para passar no vestibular da UFSC, no mês que vem.
Agora, desempregado, fico em casa o dia todo. Estou estudando, mas não é esta a questão. Os primeiros dias em casa, não sabia bem o que fazer, era estranho não ter o que fazer. Então depois da primeira semana e de muito descanso, criei uma agenda para não ficar tão perdido. Programei o despertador para às 8h30 e estabeleci que pela manhã faria minhas tarefas escolares, o almoço, que ficou por minha conta já que sou o único que não sai de casa, e faria os deveres domésticos que minha mãe solicitasse. Depois do almoço, mais precisamente do descanso pós-almoço, era enfiar a cara nos livros até às 17h30, me arrumar, tomar café e ir à aula.
Depois desta história toda, vamos ao ponto: Ficar em casa me fez, ao que me parece, ficar mais criativo. Talvez a ausência de tantas responsabilidades que eu tinha no escritório que trabalhava deram espaço para pensar em coisas novas, ou talvez tempo para isso. O fato é que em minha nova agenda de afazeres, tem me sobrado um pouco (ou muito) tempo. E somado com toda essa criatividade despertada após pedir demissão, tem me trazido alguns resultados interessantes.
Por exemplo, sempre fui fã de artes, mas nunca fui um bom desenhista, tanto que a única matéria que fiquei em recuperação na vida foi justamente artes (pois na escola eles cobram que você desenhe bem, e não saiba a história dela). Mas a umas semana atrás pintei um quadro, e fiquei super satisfeito com o resultado. Está certo que não foi um desenho, foram só cores aplicadas a tela de forma abstrata, mas enfim, nunca tinha me passado pela cabeça fazer isso.
Voltei a tocar com uns amigos que tocava antes, mas tinha deixado a banda por falta de tempo, e agora está vingando, estamos com uma agenda bem jóia por ser uma banda recente. E é dela que eu tenho tirado uns pilas para meu sustento (leia-se festas). Não é exatamente o som que quero fazer (rock) mas temos feito uns medleys com canções de rock que tem sido a nossa marca, e mesmo assim o som ainda continua comercial e garante nossa agenda.
Também virei um leitor mais assíduo e comecei a estudar fotografia, que sempre fui fã, e tenho acompanhado de perto coisas que antes eu não tinha muito tempo para fazer. O ócio está sendo tão criativo que até virei blogueiro. Minha lista de links agora tem seis opções para você visitar, antes nem havia lista de links porque eu só tinha Orkut. (hehe)
Agora tenho medo de não passar no vestibular, pois se isso acontecer, ano que vem eu vou voltar a trabalhar, para pagar um cursinho, e talvez toda essa criatividade vá embora, ou não. Talvez ela sempre estivesse em mim, e eu procrastinava tudo isso com a desculpa de não ter tempo.
Abraços e boa semana pra todos,
Luís.
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